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Os melhores pratos portugueses de polvo (e onde prová-los em Lisboa)

The best Portuguese octopus dishes

 

A cozinha tradicional portuguesa faz muito uso do polvo como um dos seus ingredientes do mar favoritos. Por causa de sua aparência algo fantasmagórica e dos longos tentáculos cobertos de ventosas, o polvo costuma ser uma criatura que inspira uma certa dose de intimidação para quem não está acostumado a vê-lo num prato de comida. No entanto, em Portugal, é um ingrediente muito utilizado no dia-a-dia e que cozinhamos de várias formas, desde entradas frias a guisados ​​reconfortantes, apreciados por pessoas de todas as origens.

Acredita-se que o polvo seja um ingrediente popular em Portugal desde pelo menos o tempo dos Fenícios, ou seja, por volta do século XII a.C. Foram eles, e mais tarde os Romanos e os Mouros, assim como todos os outros povos que ao longo dos tempos habitaram o território que hoje conhecemos como Portugal, que capturavam o polvo na costa atlântica e, muito antes dos dias de refrigeração, procediam à sua conservação por secagem ao ar ou, mais tarde, salgando-o como ainda hoje fazemos com o bacalhau. Aliás, se fizer um passeio de um dia de Lisboa à Nazaré, ainda pode ver como os polvos são artesanalmente secos ao sol na praia, ao lado dos mais populares carapaus.

 

The best Portuguese octopus dishes

 

​​Ao contrário do que acontece por vezes noutras partes do mundo, em Portugal o polvo não se come cru nem é cozinhado ainda vivo. Na verdade, é uma prática comum congelar o polvo antes de cozinhá-lo, mesmo que o compre fresco. Isso é feito para ajudar a amaciar a carne, que deve ser cozida com muito cuidado para não ficar dura – não deve ser mal cozida, mas também não deve permanecer demasiado tempo na panela. Quando bem cozinhado, o polvo fica tenro e, em alguns casos, sobretudo dependendo da receita, até ligeiramente amanteigado.

Em certas partes do país, o polvo é tão representativo que também chega à mesa da ceia de Natal, ao lado do super popular bacalhau. Na contramão da tradição, a cozinha contemporânea com uma abordagem decididamente pop trouxe-nos pratos como o cachorro-quente de polvo do Sea Me (Rua do Loreto 21, 1200-241 Lisboa ou dentro do Time Out Market), em que o moderno restaurante lisboeta de peixe e mariscos substitui a habitual salsicha de carne com um tentáculo de polvo de aparência semelhante.

 

The best Portuguese octopus dishes

 

O polvo é uma das melhores iguarias portuguesas que pode e deve saborear em Lisboa e outras regiões costeiras próximas. Para ajudá-lo a navegar o menu quando estiver ansioso para experimentar uma bela receita de polvo, listamos os melhores pratos de polvo portugueses que pode provar em Lisboa:

 

Salada de polvo

Esta refrescante salada de polvo é um aperitivo perfeito para saborear antes de uma refeição de marisco em Portugal, especialmente durante o verão. Possui pequenos pedaços de polvo que são cozidos até ficarem macios, deixados arrefecer e misturados com cebola e coloridos pimentos em pequenos pedaços. A maciez do polvo é decisiva nesta receita, assim como a marinada que deve equilibrar perfeitamente a riqueza do azeite com o sabor do vinagre de vinho branco. Ervas frescas como coentros também são adicionadas para dar mais frescor. Quando se sentar num restaurante em Portugal, não se surpreenda se alguns pequenos aperitivos chegarem à sua mesa mesmo quando não os pedir. Isto aplica-se principalmente a uma cesta de pão com acompanhamentos para barrar como manteiga e patês, mas também pode incluir queijo, carnes frias, salgados servidos à temperatura ambiente e, principalmente em restaurantes focados em peixe, saladas frias como a salada de polvo. Lembre-se de que esses itens estão listados como couvert ou entradas no menu impresso e não são gratuitos. Eles são uma espécie de sugestão que pode optar por aceitar ou não. No final, paga apenas pelo que comeu, e todo o resto é retirado da sua mesa sem nenhum custo – se decidir que não deseja essas entradinhas, sugerimos que peça logo ao funcionário para os retirar e assim evitar possíveis mal-entendidos. De qualquer forma, se se deparar com a salada de polvo, e facilmente isso vai acontecer, sugerimos que experimente, pois é um aperitivo delicioso para ir fazendo água na boca antes de chegar o prato principal. Além de ser uma bela entrada, a salada de polvo à portuguesa também pode ser pedida como petisco junto com outros pequenos pratos, como parte de uma refeição de degustação. De uma forma ou de outra, sabe sempre melhor com um copo de vinho branco bem gelado!

Onde comer salada de polvo em Lisboa:

Petisqueira Matateu

📍Rua do Arsenal Restelo, 1449-015 Lisboa

www.facebook.com/petisqueiramatateu

 

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Polvo à lagareiro

Polvo à lagareiro é um dos pratos mais importantes a ter em conta quando se explora a cozinha portuguesa à séria. O nome deste prato diz respeito ao produtor de azeite, referindo-se às grandes quantidades de azeite usadas na sua confecção. Mesmo que este seja um prato de polvo grelhado, a maioria das receitas de polvo exige que a criatura seja fervida antes de ser finalizada por outros métodos de cozinha. Assim sendo, os tenros tentáculos do polvo ganham uma dimensão fumada depois de ir para a grelha (ou, se preparado em casa, geralmente no forno) e são logo bem regados em azeite com infusão de alho. O polvo à lagareiro é tradicionalmente servido com batatas, mais especificamente batatas a murro. Os tubérculos de tamanho pequeno a médio são cozidos com a pele e levemente esmagados para rasgar a mesma. É assim que se garante que o azeite aromático penetre, tornando as batatas mais ricas em sabor e textura. O polvo à lagareiro é indiscutivelmente um dos pratos mais representativos do repertório da cozinha tradicional portuguesa e um a não perder numa viagem por Lisboa. Se por acaso estiver a visitar o norte de Portugal durante a época natalícia, particularmente as regiões de Trás-os-Montes e Minho, é provável que também se depare com este clássico da gastronomia portuguesa na ceia de Natal.

Onde comer polvo à lagareiro em Lisboa:

Adega das Gravatas

📍 Tv. Pregoeiro 15, 1600-588 Lisboa

www.adegadasgravatas.com

 

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Arroz de polvo

Se é fã de pratos de arroz solto e risotos, vai adorar o arroz de polvo português. Na verdade, considerando que esta é uma receita de arroz preparada com pequenos pedaços de polvo, de alguma forma disfarçados pelo arroz caldoso aromatizado com ervas, tal como acontece com a salada de polvo, também pode muito bem funcionar como uma introdução ideal ao cefalópode, caso não tenha a certeza que irá desfrutar de um prato com os tentáculos inteiros, como acontece com o polvo à lagareiro mencionado acima. O arroz de polvo tem a consistência de um risoto com as características reconfortantes de um ensopado. Esta receita é tipicamente preparada com arroz carolino, uma variedade portuguesa de arroz semelhante ao arborio na Itália ou o arroz bomba em Espanha, que é amplamente cultivado localmente para os nossos chamados arrozes malandrinhos. O arroz de polvo à portuguesa é preparado com o saboroso caldo da cozedura do polvo, antes de ser picado e adicionado ao arroz. Este é um dos irresistíveis pratos típicos que contribui para que Portugal seja o maior consumidor de arroz da Europa!

Onde comer arroz de polvo em Lisboa:

Tasquinha do Lagarto

📍 Rua de Campolide 258, Lisboa

www.facebook.com/tasquinhadolagarto

 

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Filetes de polvo com arroz do mesmo

Se acha difícil decorar os nomes originais dos pratos locais, é melhor não começar por este. Filetes de polvo com arroz do mesmo refere-se ao arroz preparado com o mesmo polvo, que é, em essência, um arroz de polvo normal. Este prato é quase como um dois em um. Embora também possa pedir filetes de polvo panados e fritos com outros acompanhamentos, nomeadamente com arroz de feijão ou arroz de tomate, às vezes os filetes são mesmo combinados com arroz de polvo. Como tal, não há dúvida de que este é um prato para os verdadeiros amantes de polvo, pois o sabor dominante em todo o prato será de fato o do polvo. Os filetes são geralmente fritos até ficarem dourados e crocantes por fora, mas muito tenros por dentro. Mais uma vez, esta é uma maneira bastante fácil de se familiarizar com o sabor e a textura do polvo. O arroz de acompanhamento será semelhante ao arroz de polvo descrito acima, embora às vezes um pouco menos generoso quando se trata da quantidade de pedaços de polvo, pois eles tendem a compensar com os próprios filetes. Filetes de polvo com arroz do mesmo não é um prato que vai encontrar tão facilmente como o arroz de polvo em si ou o polvo à lagareiro, pois costuma aparecer mais como prato do dia e não tanto como presença permanente nas ementas dos restaurantes.

Onde comer filetes de polvo com arroz do mesmo em Lisboa:

Os Courenses

📍 Rua José Duro 27D, 1700-272 Lisboa

www.facebook.com/people/Restaurante-Os-Courenses-oficial/100057354733558

 

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Pataniscas de polvo

Quando vir a palavra patanisca por si só num menu, pode seguramente assumir que são pataniscas de bacalhau, ou seja, fritos de bacalhau. Mas essas não são as únicas pataniscas que existem na cozinha portuguesa! As pataniscas de polvo são um tipo de salgado preparado com pedacinhos de polvo cozido e um polme feito com farinha e ovos, que é aromatizado com cebola, alho e ervas frescas. Quase poderíamos traçar um paralelo e dizer que as pataniscas de polvo são para Portugal o que o takoyaki é para o Japão. Mas ao contrário do takoyaki, as pataniscas não são comida de rua, principalmente porque Portugal não tem uma cena de comida de rua como tal. Embora as pataniscas, tanto as feitas com bacalhau como as de polvo, possam ser consumidas como entrada ou petisco, são geralmente mais apreciadas como refeição principal, com acompanhamentos como o arroz de feijão malandrinho. Por vezes, as pataniscas de polvo também podem ser servidas com arroz de polvo, seguindo a mesma lógica dos filetes de polvo com arroz do mesmo de que falamos acima.

Onde comer pataniscas de polvo em Lisboa:

Varina da Madragoa

📍 Rua Madres 34, 1200-109 Lisboa

www.facebook.com/varinadamadragoa

 

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Polvo assado com batata doce

Este prato leva-nos ao sul de Portugal, em particular à região costeira do Algarve, onde o polvo assado é tradicionalmente servido com batata-doce. A sul, este prato pode mesmo vir sob o nome polvo à Algarvia, sendo esta a receita mais típica da vila de Castro Marim. Embora a batata branca seja a mais comum na maioria do território português, no Algarve a batata-doce é muito utilizada como acompanhamento. A produção destes tubérculos de cor laranja intensa é bastante grande na região, nomeadamente na zona de Aljezur, cidade conhecida como a “capital portuguesa da batata-doce”. O polvo à Algarvia consiste em polvo assado no forno (que, como todas as outras receitas de que falamos aqui, tem de ser cozido previamente), marinado com vinho branco, louro, alho, cebola, pimentão e, às vezes, tomate. A saborosa carne do polvo combina lindamente com a suave batata-doce, por vezes servida num cremoso puré, criando um contraste na boca que eleva cada um dos perfis de sabor e ainda consegue combiná-los em perfeita harmonia. Além de ser assado no forno, um prato de polvo semelhante também pode ser preparado dentro de uma tradicional cataplana, que cozinha os ingredientes ao vapor, e nesse caso a iguaria seria chamada de cataplana de polvo. O Algarve é possivelmente a região de Portugal que mais valoriza o polvo como um dos seus ingredientes por excelência. Como tal, faz todo o sentido experimentar o polvo à moda algarvia!

Onde comer polvo à Algarvia em Lisboa:

Sacco

📍 ​​Rua do Saco 52, 1150-284 Lisboa

www.facebook.com/SaccoRestaurante

 

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Polvo guisado à moda dos Açores

O guisado de polvo é uma das receitas essenciais da cozinha tradicional açoriana, particularmente nas ilhas da Terceira, de São Miguel e do Pico, onde o prato pode ser referido como polvo guisado ou polvo estufado. Apesar de se tratar de um prato de dar água na boca, com polvo cozinhado com especiarias e vinho tinto, por razões geográficas não é muito difundido por Portugal Continental. Para experimentá-lo, tem de visitar um restaurante especializado na cozinha do arquipélago dos Açores, como o que recomendamos abaixo. Para confeccionar este guisado, o polvo é temperado com uma maior variedade de especiarias em comparação com a maioria dos pratos tradicionais de polvo, incluindo pimenta da Jamaica, pimentão, alho, louro e uma pasta de pimenta local conhecida como pimenta da terra. A carne do polvo é cozinhada até ficar tenra com a ajuda de vinho de cheiro, um vinho tinto caseiro típico dos Açores com uvas do tipo Isabella, que não chega ao circuito comercial. O polvo estufado à moda dos Açores é tradicionalmente servido em tachos de barro, com arroz branco como acompanhamento.

Onde comer polvo guisado à moda dos Açores em Lisboa:

Espaço Açores

📍 ​​Largo da Boa-Hora à Ajuda 19, 1300-098 Lisboa

www.espacoacores.com

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Polvo de escabeche

Do arquipélago dos Açores seguimos directos para as ilhas da Madeira, onde também há uma forma típica de preparar o polvo. O polvo em molho de escabeche é a forma mais comum de cozinhar polvo na Madeira. Mais do que um molho em si, o escabeche é um método de conservação e modificação de sabor que foi herdado pelos portugueses dos mouros, tal como várias outras técnicas de cozinha e pratos hoje considerados típicos. O escabeche é uma mistura de vinagre usada para marinar produtos perecíveis, principalmente peixe, afetando não apenas o seu sabor, mas também a sua textura. O escabeche é muito popular não só em Portugal, mas também em Espanha, e acredita-se mesmo que esteja ligado ao nanban zuke japonês, também conhecido como escabeche japonês, através da influência portuguesa no Japão há alguns séculos atrás. O polvo de escabeche é um pouco semelhante à salada de polvo, mas neste caso a marinada é mais avinagrada e pode incluir também vinho branco, sendo, portanto, mais acentuada no paladar.

Onde comer polvo de escabeche em Lisboa:

Esperamos que esteja a fim de uma aventura, pois para comer polvo de escabeche poderá ter de viajar até à própria Madeira! Pode experimentar outros pratos madeirenses em Lisboa em restaurantes regionais como O Madeirense (Amoreiras Shopping Center lj 3027, 1070-103 Lisboa) ou Ilha da Madeira (Rua Campo de Ourique 33, 1250-059 Lisboa), mas o polvo em escabeche é um petisco que é mais provável que encontre na própria Madeira.

 

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