As melhores pastelarias portuguesas de Lisboa

Lisboa é movida a café e açúcar. Basta entrar numa pastelaria para perceber o quanto a cidade leva ambos a sério. Os balcões enchem-se logo pela manhã, os empregados movem-se depressa, e os clientes habituais quase que nem precisam de pedir. É um sistema ruidoso, eficiente e baseado na rotina.
Algumas destas pastelarias estão abertas mesmo desde antes da República Portuguesa ser proclamada. Viram modas ir e vir, mas as vitrines continuam fiéis ao que sempre foram, tal como as receitas. As massas densas, os recheios ricos à base de gema e os toques de açúcar em pó atravessaram gerações sem perder o brio.
Nos últimos anos, para além destas casas clássicas, surgiu uma nova vaga de pasteleiros a desafiar a tradição com criatividade e um olhar mais contemporâneo. Refazem técnicas, exploram ingredientes diferentes, reinventam clássicos e inspiram-se em receitas internacionais. Por vezes resulta. Outras nem tanto. Mas quando resulta, faz-nos olhar para a doçaria portuguesa de uma forma totalmente nova. No geral, há mais espaço para a criatividade e, muitas vezes, melhor café a acompanhar.
Este guia não é sobre rankings. É sobre respeito: pelas casas que mantêm a tradição viva há décadas, pelos que trazem novas ideias para a mesa, e claro, pelo humilde pastel de nata, a mais saborosa exportação de Lisboa.
Imagem de capa de Time Out Lisboa
As melhores pastelarias tradicionais de Lisboa
Confeitaria Nacional
Há poucos sítios em Lisboa onde o tempo parece suspenso de forma tão doce como na Confeitaria Nacional. Fundada em 1829 por Balthazar Roiz Castanheiro, esta pastelaria emblemática na Praça da Figueira é a mais antiga da cidade e continua nas mãos da mesma família que a fundou há quase dois séculos. O legado sente-se mal se entra: arquitetura pombalina, espelhos dourados, tetos pintados e uma vista para uma das praças mais emblemáticas da capital. Mas a verdadeira magia está nos doces.
O pastel de nata da casa, uma das receitas mais antigas ainda em uso em Lisboa, segue as instruções originais do fundador. Crocante e caramelizado por fora, cremoso por dentro, conquista logo à primeira dentada. Esta experiência simples, combinada com o peso da tradição, transforma-se em algo memorável. Outro clássico da casa é o bolo-rei, introduzido em Portugal pela Confeitaria Nacional em 1875, depois de Baltazar Castanheiro Júnior adaptar o gâteau des rois francês aos paladares locais, dando início a uma tradição natalícia que perdura até hoje. Há ainda o bolo romeno, um bolo denso com frutos secos, e o popular bolo de arroz, simples, mas tão apreciado por muitos.
O prestígio da confeitaria valeu-lhe o título de fornecedor oficial da família real portuguesa em 1873, e ainda hoje fornece a Presidência da República. Há outras lojas da marca espalhadas por Lisboa, incluindo em Belém (Av. Brasília) e nas Amoreiras (Centro Comercial Amoreiras, Av. Eng. Duarte Pacheco), mas para viver a experiência completa e sentir o peso da história, nada como visitar o espaço original.
📍Praça da Figueira 18B, 1100-241 Lisboa
https://confeitarianacional.com
Imagem cortesia de Público
Pastelaria Benard
Em pleno Chiado, no coração da cidade, a Pastelaria Benard é uma das mais acarinhadas casas históricas de Lisboa. Fundada em 1868 pelo pasteleiro francês Élie Benard, abriu inicialmente na Rua do Loreto, mudando-se em 1902 para a Rua Garrett, três anos antes de A Brasileira se instalar mesmo ao lado. Ao longo das décadas, Benard foi conquistando gerações de lisboetas e de viajantes, tornando-se símbolo do charme antigo e ponto de observação privilegiado da vida da cidade.
O seu maior ícone são os croissants, servidos quentinhos e recheados com chocolate, doce de morango ou doce de ovos. A receita é segredo bem guardado, mas a textura delicada e o aroma amanteigado explicam a fama. Curiosamente, apesar da popularidade dos croissants, o pastel de nata continua a ser o doce mais vendido, muito por causa dos turistas que passam pelo Chiado.
Mas a casa não se limita à doçaria. Nas salas do fundo, o ambiente torna-se mais tranquilo e o menu abre espaço para refeições completas ou mais leves, como saladas e quiches. No verão, a esplanada é ideal para ver o vai-e-vem da Rua Garrett; no inverno, o interior em madeira é um refúgio acolhedor. Benard já recebeu realeza (incluindo a Rainha Isabel II), inspirou músicos e poetas, e até aparece numa canção de Vitorino com letra de António Lobo Antunes, eternizando o espaço como lugar de memória e melancolia. Benard representa o legado da idade de ouro dos cafés lisboetas, e visitar esta pastelaria é viver um pedaço da história da cidade.
📍Rua Garrett 104, 1200-205 Lisboa
Imagem cortesia de Lisboa Secreta
Alcôa
Natural de Alcobaça, a Alcôa é uma homenagem à doçaria conventual da região, vendendo doces densos e ricos em gema de ovo que foram sendo aperfeiçoados durante séculos nas cozinhas das freiras. A loja de Lisboa, situada na Rua Garrett, ocupa uma antiga tabacaria decorada com painéis cerâmicos de Querubim Lapa. Lá dentro, os doces brilham nas vitrines como se fossem joias.
A maioria das receitas têm origem no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, fundado no século XII. Um dos destaques é a cornucópia, uma massa crocante em forma de cone recheada com sedoso doce de ovos. Há também a encharcada, um pudim de ovos embebido em calda de açúcar, e a delícia de amêndoa, intensa e equilibrada entre o amargo e o doce. Todos os doces vêm acompanhados de pequenas placas que indicam os prémios recebidos. Na Alcôa, a qualidade nunca está em questão.
O espaço é pequeno e não convida a grandes demoras. Há um balcão onde se pode tomar um café com um doce, mas o ideal mesmo é levar para fora e saborear com calma.
📍Rua Garrett 37, 1200-203 Lisboa
Imagem cortesia de Visão
Pastelaria Versailles
Há mais de um século que a Pastelaria Versailles é um dos cafés mais grandiosos de Lisboa. Fundada em 1922, na central Avenida da República, este espaço elegante foi o primeiro grande café das Avenidas Novas, tornando-se rapidamente um ponto de encontro das famílias que ali se instalaram com o crescimento da cidade. Ainda hoje, muitos dos clientes de fim de semana são lisboetas de longa data, que voltam com filhos e netos para reviver memórias e sabores.
A sala principal é um tributo ao estilo Arte Nova, com madeiras esculpidas, espelhos altos, balcões de mármore e tetos trabalhados por Fausto Fernandes. As pinturas de Benvindo Ceia nas paredes e os candeeiros de cristal completam a atmosfera luminosa que conjuga elegância nostálgica com vida quotidiana. Apesar da aparência clássica, Versailles não é um museu, pois está bem viva ao ritmo da cidade. À hora de almoço, o espaço enche-se de trabalhadores das redondezas e turistas curiosos. Pode vir aqui apenas para um café e um doce, para uma refeição ligeira ou para provar os famosos croquetes de carne, fritos na hora. Mas a Versailles também se destaca pela doçaria. A duchesse com fios de ovos (massa leve coberta com fios dourados de gema) é um clássico, tal como o rico bolo de chocolate da casa. Outras especialidades incluem o bolo inglês, as babás embebidas em calda e a delícia de morango. No Natal, o bolo-rei ganha protagonismo.
Nos últimos anos, o espaço ganhou uma esplanada encantadora, mas a verdadeira experiência está lá dentro, onde os empregados de colete preto e laço recebem os clientes com formalidade e simpatia. Se quiser um pouco de história viva, pergunte por José Gomes Batista, o funcionário mais antigo da casa, com cerca de 30 anos de serviço.
📍Avenida da República 15A, 1050-185 Lisboa
https://pastelariaversailles.com
Imagem cortesia de City Guide Lisbon
Pastelaria Suíça
Mais um espaço que evoca a nostalgia da cidade. A antiga Pastelaria Suíça foi um marco histórico da Baixa lisboeta desde o início do século XX. Durante décadas, ocupou um lugar especial no coração dos lisboetas, até encerrar em 2018, pouco antes de completar 100 anos. O edifício foi convertido numa loja da marca de moda Zara, deixando muitos inconformados com a transformação do centro da cidade. Mas, em 2024, a Suíça ressurgiu, agora noutro espaço na Praça da Figueira, bem próximo da sua morada original. A nova loja pode ser mais pequena, mas presta homenagem à sua história, ao mesmo tempo que se adapta ao panorama actual das cafeterias de Lisboa.
Receitas clássicas voltaram a ser servidas, como o esquimó, um bolo fofo recheado com doce de ovos e coberto com chocolate; e a duchesse, com fios de ovos dourados por cima. Tudo é de fabrico próprio, respeitando o cuidado artesanal que deu fama à casa-mãe. A nova Suíça também apresenta novidades, incluindo refeições leves e um menu de cafés bem pensado. No interior, há detalhes que mantêm viva a memória da pastelaria original: loiça Vista Alegre, azulejos da Viúva Lamego e uma vitrine que celebra a história do espaço. No exterior, a esplanada icónica está de volta e é ideal para tomar um café com um bolo enquanto se observa o ritmo frenético da Baixa.
📍Praça da Figueira, 1100-241 Lisboa
Imagem cortesia de Público
Pastelaria Aloma
No bairro de Campo de Ourique, a Pastelaria Aloma é um verdadeiro clássico local há mais de sete décadas. Oficialmente fundada em 1949, esta pastelaria de bairro cresceu para além do seu quarteirão e ganhou nome a nível nacional e internacional, muito por causa do seu pastel de nata, que venceu por várias vezes o prémio de “Melhor Pastel de Nata de Lisboa”.
Apesar do destaque óbvio dado ao pastel de nata, a Aloma não se resume a isso. Aqui também se fazem palmiers estaladiços, pães de deus fofos e aromáticos, bolos-rei na época festiva, e outras especialidades da pastelaria tradicional portuguesa, sempre com um toque cuidado. A loja original, com os seus balcões de madeira envernizada e vitrines de vidro, mantém todo o charme antigo, mesmo com a nova imagem que foi ganhando ao longo dos anos.
Hoje, a Aloma está presente noutros pontos da cidade, como no El Corte Inglés (Av. António Augusto de Aguiar 31), provando que uma pastelaria de bairro também pode evoluir e manter a alma intacta. É um excelente exemplo de como a tradição e a modernização podem andar de mãos dadas em Lisboa.
📍Rua Francisco Metrass 67, 1350-139 Lisboa
Imagem cortesia de Lisbon City Guide
Patriarcal – Panificação Reunida de São Roque
Na esquina entre a Rua Dom Pedro V e a Rua da Rosa, entre os bairros do Bairro Alto e do Príncipe Real, ergue-se uma das padarias mais antigas da cidade ainda em funcionamento contínuo. Conhecida por muitos como a “Catedral do Pão”, a Padaria São Roque é adorada pelos lisboetas tanto pelo seu pão como pelos seus bolos, e muito admirada também pela sua arquitetura cheia de charme.
O edifício remonta a pouco depois de 1899 e ergue-se sobre os antigos terrenos do Palácio dos Salemas, demolido no final do século XIX para dar lugar ao alargamento da Rua do Moinho de Vento (hoje Rua Dom Pedro V). Em 1961, esta padaria passou a integrar a Panificação Reunida de São Roque, uma unificação decretada pelo Estado que visava reunir várias padarias de bairro para preservar os métodos tradicionais de fabrico.
O que distingue a Padaria São Roque, para além da sua longa história, é o deslumbrante interior Arte Nova. Com curvas elegantes, madeiras quentes e detalhes antigos, entrar neste pequeno espaço é como entrar numa cápsula do tempo. Lisboetas e visitantes juntam-se aqui todos os dias, ocupando as poucas mesas disponíveis para um pequeno-almoço à portuguesa como deve ser, ou formando fila ao balcão para levar pão e bolos fresquinhos.
Entre as especialidades destaca-se a broa de Coimbra, um pão de milho denso, ligeiramente adocicado, com uma crosta rústica e difícil de encontrar noutros pontos da cidade. Mas a montra está sempre recheada de tentações doces, como o pastel de nata; o pão de deus, brioche fofo coberto com doce de ovos e coco ralado; croissants densos e amanteigados; e a bola de Berlim, recheada com creme de ovo.
Outros clássicos que fazem parte da pastelaria nacional também marcam presença: o guardanapo, um bolo esponjoso dobrado como um napron e recheado com creme, e o bolo xadrez, em padrão de tabuleiro de damas, frequentemente coberto com chocolate. Visitar a Padaria São Roque é saborear a história viva da cidade enquanto lá fora, tudo muda à velocidade dos tempos.
📍Rua Dom Pedro V 57 / Rua da Rosa 57, 1200-092 Lisboa
Imagem cortesia de Padaria São Roque
As melhores pastelarias contemporâneas em Lisboa
Saga
No típico bairro da Graça, a Saga é tudo aquilo que uma pastelaria lisboeta contemporânea ambiciona ser: despretensiosa, acolhedora e sempre deliciosa. Aberta em 2016 no espaço de uma antiga loja de roupa, este café de bairro moderno rapidamente se tornou um ponto de encontro local, não só pelas suas iguarias, mas por refletir os hábitos alimentares de uma Lisboa mais atual.
É o tipo de sítio onde um pastel de nata e uma bica combinam na perfeição com um almoço leve, croissants (simples, com chocolate ou recheados com doce de ovos), ou ainda quindins de coco. A montra está sempre recheada de tentações: tartes de coco e amêndoa, bolos de arroz, e a sempre adorada bola de Berlim. Mas a Saga também agrada aos que preferem o salgado, com folhados de vários recheios, croquetes e outros salgados, além de tostas de queijo de cabra, omeletes feitas na hora e, surpreendentemente, uma das melhores francesinhas da cidade, isto é, uma deliciosa sandes do norte de Portugal, recheada com carne e queijo e coberta com um molho espesso à base de cerveja.
Há ainda bebidas vegetais (soja ou amêndoa) para acompanhar o café, e um sistema de pagamento com cartão sem caixa, que facilita o dia a dia. A Saga é o reflexo perfeito da nova geração de pastelarias em Lisboa: com raízes na tradição, mas adaptada ao ritmo e gostos dos tempos modernos.
📍Rua da Graça 128, 1170-170 Lisboa
Imagem cortesia de Saga no TripAdvisor
Pastelaria Santo António
Escondida numa rua sinuosa, mesmo por baixo do Castelo de São Jorge, a Pastelaria Santo António pode ser pequena em tamanho, mas tem uma reputação bem grande, especialmente desde que venceu o título de “Melhor Pastel de Nata de Lisboa” em 2019. A distinção foi atribuída após uma prova cega conduzida por especialistas da área, que premiaram o equilíbrio perfeito entre as camadas douradas da massa folhada e o creme rico e aveludado com um toque de canela.
Aberta no final da década de 2010 e batizada em honra do santo mais amado de Lisboa, esta pastelaria tem um apelo muito claro: ingredientes de qualidade, confeção cuidada e a possibilidade de acompanhar o pastel de nata com uma ginjinha em copo de chocolate ou um cálice de vinho do Porto.
Mas a oferta não se fica pelos pasteis de nata. O menu inclui também gelados artesanais com sabores que vão mudando (como manjericão, pistácio ou cereja), crepes e waffles acabados de fazer com várias coberturas à escolha, além de snacks leves como tostas, sandes e saladas. A pastelaria Santo António junta tradição e criatividade, oferecendo uma experiência que agrada a locais e visitantes em igual medida.
📍Rua do Milagre de Santo António 10, 1100-351 Lisboa
www.facebook.com/Apastelariasantoantonio
Imagem cortesia de Endo Edibles
Padaria Portuguesa
You’ll find this unpretentious and consistent establishment on nearly every Lisbon street corner. Since opening in 2010, A Padaria Portuguesa has become the city’s unofficial go-to for everyday pastry and bread. We could see it as a kind of local Starbucks, but with pão de deus instead of pumpkin spice lattes.
While it may not win any awards for the city’s best pastel de nata, A Padaria Portuguesa has arguably done more than any other establishment to democratize café culture in Lisbon. By offering affordable, reliable breakfasts and lunches in inviting modern spaces. The chain helped normalize the idea of grabbing a croissant and an espresso before work, or tucking into a savory folhado at lunch without breaking the bank. Their house-made pastries include beloved standards like pastel de nata, buttery brioche buns topped with coconut and sweet egg jam (pão de deus), chocolate croissants, bolos de arroz, and dense bolas de Berlim. On the savory side, expect to find a variety of flaky pastries, ham-and-cheese toasties, sandwiches, and more recently, daily lunch specials (like arroz de pato or bacalhau com natas) rolled out in a rebranding campaign playfully titled “Almoçar à Portuguesa”, that is “having lunch Portuguese style”.
It may not be a destination spot for pastry connoisseurs or the most old school Lisbonites who don’t fancy the idea of going to a chain establishment when there’s many one off pastelarias in the city. But A Padaria Portuguesa has redefined what it means to have a neighborhood café in Lisbon. With nearly 80 locations and counting, it’s a modern symbol of convenience and affordability. And, if we’re fully honest, of capitalism too.
📍Várias lojas por Lisboa:
Imagem cortesia de A Padaria Portuguesa
Pastelarias especializadas em pastel de nata em Lisboa
Antiga Confeitaria de Belém
A fila à porta diz tudo: é aqui que lisboetas e visitantes vêm provar o pastel de nata “original” ou, melhor dito, o pastel de Belém. A poucos passos do Mosteiro dos Jerónimos, a Antiga Confeitaria de Belém, também conhecida simplesmente por Pastéis de Belém, produz estas tartes folhadas e cremosas desde 1837, quando os monges passaram a receita secreta aos donos da loja. Desde então, o processo mantém-se guardado a sete chaves, conhecido apenas por alguns mestres pasteleiros que, todos os dias, preparam o recheio e a massa folhada na enigmática “Oficina do Segredo”.
Embora muitas outras pastelarias façam excelentes versões deste ícone da doçaria portuguesa, os verdadeiros fãs garantem que só se pode dizer que se provou um pastel de nata a sério depois de comer um, ainda morno, acabado de sair do forno desta casa. Diariamente, a produção pode chegar aos 20 mil (e no verão, até ao dobro!), desaparecendo das bandejas a uma velocidade impressionante. Lá dentro, o espaço estende-se por um labirinto de salas forradas a azulejos azuis e brancos que retratam cenas da antiga Belém.
Embora o pastel de Belém seja a estrela da casa, a confeitaria oferece também uma grande variedade de doces e salgados tradicionais portugueses. Há bolo-rei e bolo-rainha nas épocas festivas, marmelada caseira perfeita para acompanhar queijo ou pão, empadas e o famoso sortido, uma seleção de pequenos bolos e biscoitos variados. Uma visita à Antiga Confeitaria de Belém é quase um ritual para quem quer mergulhar a fundo na história gastronómica de Lisboa.
📍Rua de Belém 84-92, 1300-085 Lisboa
Imagem cortesia de Pastéis de Belém no TripAdvisor
Manteigaria
A Manteigaria é uma das fábricas de pastéis de nata mais adoradas pelos lisboetas. Não é propriamente um sítio para ficar à conversa, pois a maioria das lojas mal têm um balcão para pousar o café. Mas para muitos locais, é o ponto de paragem ideal para uma dose rápida de doçura: pedir um pastel e uma bica ao balcão, dar duas dentadas, dois goles e voltar à correria da cidade.
Também é possível levar os pastéis para fora, mas antes de sair da loja, vale a pena parar por uns instantes e absorver o aroma da massa acabada de cozer, o leve toque de canela, e assistir ao processo de fabrico através da cozinha aberta. A produção é contínua durante o dia inteiro, garantindo que os pastéis chegam sempre mornos ao cliente, independentemente da hora.
Mais recente do que outras instituições históricas da cidade, a Manteigaria rapidamente conquistou o seu lugar entre os grandes. Com várias localizações em Lisboa e no Porto (e até em Espanha e Macau), ajudou a definir uma nova era na cultura do pastel de nata: moderna, minimalista e com foco na qualidade. Tal como outras pastelarias contemporâneas, a Manteigaria aposta numa única especialidade, o pastel de nata, e é precisamente essa dedicação que a distingue.
📍Várias lojas por Lisboa:
Photo by NIT
Nat’elier
Numa cidade tão orgulhosa da sua herança doceira, a Nat’elier destaca-se pela sua ousadia criativa. Situada perto do emblemático Elevador de Santa Justa, esta pastelaria boutique vende pastéis de nata tradicionais absolutamente deliciosos, mas também se atreve a reinventar este clássico com muita imaginação. Creme brûlée, chocolate branco com macadamia, cookie cheesecake, maçã e canela, pistácio e até tiramisù são algumas das opções. A grande diferença? A maioria está disponível em versões tradicionais e também veganas, um verdadeiro feito no universo da pastelaria lisboeta.
O nome Nat’elier, fusão entre “nata” e “atelier”, reflete bem o espírito artesanal e criativo do projeto. Aqui, o pastel de nata é uma tela em branco e, por mais inesperado que seja o sabor, o coração cremoso que define este ícone da doçaria portuguesa continua intacto.
Mas a experiência não se resume ao balcão. A Nat’elier oferece também algo raro: uma masterclass onde qualquer pessoa pode aprender a fazer pastéis de nata de raiz. Os workshops, conduzidos por chefs de pastelaria profissionais, incluindo João Batalha, pasteleiro de quinta geração e cofundador do espaço, decorrem desde 2018 e guiam os participantes por todas as etapas da receita, desde a massa folhada até ao creme. É uma oportunidade única de entrar numa verdadeira cozinha de pastelaria e sair não só com novas competências deliciosas, mas também com alguns pastéis extra para partilhar (ou não). A Nat’elier é a prova de que, mesmo com séculos de história, o pastel de nata ainda tem muito para surpreender.
📍Rua de Santa Justa 87, 1100-483 Lisboa
Imagem cortesia de Nat’elier
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