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Azulejos: the history of Portuguese tiles and where to buy them in Lisbon

a vase of flowers sitting on top of a building

 

A palavra azulejo significa “pedra polida” em árabe, referindo-se às origens destes quadrados de cerâmica que são hoje considerados uma tradição muito portuguesa. Os azulejos começaram a ser utilizados em Portugal e Espanha no século XIII, quando parte da Península Ibérica era ainda dominada pelos mouros do Norte de África.

Lisboa é provavelmente a cidade do mundo com mais fachadas de edifícios revestidas a azulejos. Como antigamente muitos desses azulejos eram azuis e brancos, muitas vezes assume-se que o nome azulejo é um derivado da palavra portuguesa para uma destas cores, o azul. Ao visitar o Museu Nacional do Azulejo em Lisboa (R. Me. Deus 4, 1900-312 Lisboa), pode ver exemplos de azulejos desde o século XV até aos nossos dias, e conhecer esta antiga tradição que vai além dos fins decorativos e tem também aspectos muito práticos no seu uso.

Séculos atrás, a aplicação de azulejos nas fachadas dos edifícios contribuía para preservar a temperatura amena dentro das casas, enquanto que estes quadrados de cerâmica, que cozem a altas temperaturas, também ajudavam a retardar que as chamas se espalhassem em caso de incêndio. Após o terramoto que destruiu a maior parte da Baixa de Lisboa em 1755, esta zona da cidade teve de ser rapidamente reconstruída. Já no século XIX, os azulejos resultaram ser mais económicos do que a pedra ou outros materiais resistentes. Claro que as delicadas e complexas pinturas sobre os azulejos que vemos  hoje em dia nas fachadas não eram estritamente necessárias para sustentar os propósitos dos mesmos, mas a verdade é que, com o tempo, os azulejos coloridos passaram a fazer parte intrínseca da estética e da cultura popular do nosso país.

Até ao século XIX, os azulejos eram sobretudo utilizados no interior dos edíficios, e foi por volta da década de 1840 que se generalizou a sua utilização para revestir edifícios e decorar paredes exteriores. Nessa época, o azulejo passou a predominar não apenas em edifícios de relevância pública como igrejas e palácios, mas também em fachadas de imóveis residenciais onde a burguesia morava, assim diferenciando-os. Era comum que os novos-ricos, empresários e famílias que estiveram no estrangeiro em países como o Brasil e voltaram para Portugal com grandes fortunas, decorarem as suas casas com intrincados painéis de azulejos que faziam com que as suas construções e, assim, o seu papel na sociedade, se destacasse.

a person standing in front of a building

 

No início do século XX o uso de azulejos caiu em desuso, sobretudo porque estes deixaram de estar associados às escolhas ornamentais das elites. Independentemente dos seus vínculos com o estatuto social, é indiscutível o quanto os azulejos contribuíram para a feição estilística de Lisboa, bem como para a luz quente característica pela qual a cidade é famosa, muitas vezes atribuída aos reflexos solarengos que estes painéis cerâmicos ajudam a criar.

Foi por volta da década de 1950 que a azulejaria portuguesa entrou numa nova era de valorização quando surgiu o sistema de metro de Lisboa e várias estações foram decoradas com padrões coloridos de azulejos, maioritariamente da artista Maria Keil.

Os azulejos que vemos por Lisboa hoje em dia são uma mistura de azulejos antigos e criações mais contemporâneas, tanto usadas para dar personalidade a áreas públicas como parques e igrejas ou embelezar fachadas de edifícios, quanto para decorar interiores de edifícios, como paredes inteiras ou simplesmente como murais que se destacam como se de quadros se tratasse. Espreite no nosso

https://www.tasteoflisboa.com/wp-content/uploads/sites/2712/2022/06/09.Azulejos_workshops.jpg?auto=compress%2Cformat&amp

 

As melhores lojas em Lisboa para comprar azulejos portugueses clássicos e contemporâneos 

 

Fábrica de Sant’Anna

Aberta desde 1741 no bairro da Lapa, a Fábrica de Sant’Anna é uma das fábricas de azulejos mais antigas e ainda em funcionamento em Lisboa. Quando ocorreu o terramoto de 1755 e a procura de azulejos disparou durante a reconstrução da baixa lisboeta, o negócio desta fábrica de mosaicos explodiu. Desde então, continuam a fabricar azulejos seguindo os métodos artesanais usados ​​quando a Sant’Anna foi fundada. Veja o processo de fabricação de azulejos bem de perto durante uma das suas visitas guiadas.

📍Fábrica: Calçada da Boa-Hora 96, 1300-096 Lisboa

📍Showroom na Baixa-Chiado: Rua do Alecrim, 95, 1200-015 Lisboa

📍Showroom na Ajuda: Calçada da Boa-Hora 94 B, 1300-096 Lisboa

www.santanna.com.pt

 

a sign in front of a building

 

Quando tem uma parede de azulejos em casa com peças de outros tempos e um azulejo racha e precisa de uma substituição, pode ser difícil encontrar exatamente o mesmo design. Afinal, existem milhares de coleções com uma variedade de cores, formas e relevos que podem ter vindo de qualquer lugar de Portugal. A Cortiço e Neto tem uma coleção de azulejos incrivelmente vasta, pelo que se precisar de encontrar um desenho específico, as suas hipóteses são maiores por aqui. O catálogo abrange azulejos contemporâneos bastante comuns, assim como outros mais antigos e raros.

📍Rua Maria Andrade 37D, 1170-215 Lisboa

www.corticoenetos.com/english

a group of people standing around a table

 

XVIII – Azulejo & Faiança

Tal como o nome indica, os azulejos e a cerâmica de inspiração do século XVIII são a especialidade desta loja. Apesar de estar localizada no coração do bairro turístico de Alfama, os seus azulejos não têm nada a ver com os das lojas de souvenirs das redondezas. Se gostaria de ter um azulejo de aparência clássica, mas não quer pagar por uma verdadeira antiguidade, aqui pode comprar designs inspirados em tendências antigas de azulejos, que às vezes pode mesmo chegar a ver fazer na própria loja.

📍Largo Santa Luzia nº9, 1100-411 Lisboa

www.xviii.pt

 

Solar Antiques

Estamos perante a maior loja do mundo dedicada a azulejos originais. Se é um amante de antiguidades que procura acrescentar algo português à sua coleção, no Solar Antiques pode encontrar uma grande variedade de azulejos de entre os séculos XV e XIX. Como pode imaginar, aqui vendem-se peças antigas de vários milhares de euros, mas também pode comprar azulejos individuais por apenas 10 euros. Esta loja familiar é gerida por Verónica Leitão, uma profissional de azulejos de terceira geração, que acredita que mais do que um negócio, o objetivo da Solar Antiques é ajudar a preservar a cultura da azulejaria para que as gerações futuras ainda possam usufruir desta tradição tipicamente portuguesa.

📍Rua Dom Pedro V 70, 1250-094 Lisboa

www.solar.com.pt

a person standing in front of a store

 

Apesar de ter aberto as suas portas num dos bairros mais típicos de Lisboa, a Surrealejos é de facto bastante surreal e nada tradicional. Este é um projeto do designer italiano Luca Colapietro, que pensou que o mundo da cerâmica portuguesa poderia ter um toque de surrealismo. As suas reinterpretações estéticas de azulejos traduzem-se em cerâmicas com animais coloridos, caveiras e padrões de aparência contemporânea que nos lembram como as coisas são quando vemos o mundo através de um caleidoscópio. Na Surrealejos pode comprar azulejos, claro, mas também outros produtos como t-shirts, painéis emoldurados e kits faça você mesmo para montar as suas próprias paredes de azulejos lá em casa.

📍Rua Pres. Arriaga 100, 1200-774 Lisboa

www.surrealejos.com

a statue of a man and a woman taking a selfie in a room

 

Onde não comprar azulejos em Lisboa

Nas lojas acima mencionadas encontrará azulejos novos mas também azulejos antigos que foram preservados e restaurados. Estes últimos, que em alguns casos podem até ter várias centenas de anos, têm um lugar de origem claro. Mas, quando encontrar azulejos vintage em feiras de rua, como a Feira da Ladra (terças e sábados no Campo de Santa Clara, 1100-472 Lisboa), é importante questionar de onde podem vir essas antiguidades.

Ao passear por Lisboa, facilmente se repara como em algumas fachadas de prédios faltam quadrados de azulejos, o que, naturalmente, pode ser uma marca da passagem do tempo. Se é verdade que a idade danifica as fachadas com azulejos, também é tristemente verdade que algumas pessoas retiram alguns destes azulejos antigos para os vender em segunda mão em nome da “autenticidade”. Como tal, é muito importante questionar sempre a origem dos azulejos que lhe possam interessar, sobretudo quando se trata de uma loja não oficial, uma vez que estes podem ser fruto de vandalismo e roubo.

Os azulejos antigos são considerados tão valiosos que a polícia portuguesa tem um departamento dedicado aos azulejos roubados, o SOS Azulejos. Desde que foi implementado em 2017, o SOS Azulejos tem ajudado a diminuir drasticamente a transacção de azulejos antigos roubados no mercado negro, mas os azulejos furtados ainda são bastante presentes nas feiras da ladra de Lisboa.

Ao comprar azulejos antigos, sugerimos que se informe sobre a sua origem e certifique-se de que compra uma das lembranças que realmente vale mais a pena obter em Lisboa, da forma mais responsável e sustentável possivel.

 

a close up of a curtain

 

Workshops de azulejos portugueses

Se depois de explorar o mundo dos azulejos tiver curiosidade em saber mais sobre como são feitas e preservadas estas cerâmicas portuguesas, pode visitar oficinas como a da ou ainda participar numa aula onde vai aprender a fazer e pintar os seus próprios azulejos.

Em Lisboa existem vários ateliers que oferecem aulas mesmo para quem ainda não experimentou fazer nada relacionado com cerâmica ou pintura. Este são apenas alguns deles:

 

🎨 Workshop de azulejos de fachada da Cerâmica S. Vicente

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🎨 Workshop de pintura de azulejos d’ A Casa do Azulejo

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​​🎨 Workshop de azulejos d’ A Loja dos Descobrimentos

www.loja-descobrimentos.com/work-shop

🎨 A arte dos azulejos, uma Airbnb Experience de Englantine e Caroline

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🎨 Especialista instantâneo na fabricação de azulejos

 

 

Quando visitar Lisboa, provavelmente não resistirá à tentação de tirar a sua fotografia em frente a uma parede de azulejos. Partilhe connosco as suas melhores imagens através do @tasteoflisboa or #tasteoflisboa – Boas viagens!

 

Continue a alimentar a sua curiosidade pela cultura gastronómica portuguesa: